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Integrantes: Guilherme Júnior, ismael Silva, Márcio Garoni e Tarcísio Oliveira

Estão todos convidados a apresentação será dia 16/12/09 (Quarta-feira)

Se você soubesse?

Márcio Garoni – mesmo texto do meu blogue

Não sei se é daquelas sensações comuns a todas as crianças (afinal, nunca fui outra criança), mas às vezes eu achava que o mundo girava ao meu redor. Muito antes de Biguebróder, EdTV ou O Show de Truman.

Não, não é o Bial

Silenciosamente, desconfiava de tudo o que o mundo teimava em me fazer aprender. Não era possível haver tanta gente na Terra, muito menos ela ser tão grande como diziam. Nas viagens mais longas, para mim, aqueles eram sempre os mesmos lugares. O motorista, para enganar, andava em círculos, para eu não descobrir  a beirada. Rússia, desertos, geleiras, Amazônia, todos esses lugares, se é que existissem, estavam por ali, a alguns quilômetros de distância.

E quando eu fazia algo errado? Poderia muito bem haver uma câmera por perto, talvez uma bem pequena, minúscula, escondida dentro da lâmpada, ligada 24 horas por dia – muito antes de Jack Bauer. E todos ‘poder-me-iam’ ver quando quisessem na tevê, reunindo-se na minha ausência para planejar meus próximos passos, os capítulos seguintes.

Com o tempo, é claro, essa neura foi diminuindo. Talvez acelerada pela experiência da morte de pessoas próximas, ou da minha quase-morte. A verdade implacável tem esse poder de desfazer castelos de areia, principalmente quando se trata desta minha cabeça de camarão, cheia de bosque por dentro. Mas é difícil se livrar por completo de uma idéia tão paranóica como essa, de vida à 1984. Ainda mais quando essa vida poderia render um filme, uma trilogia, um seriado – nos três casos, seria um besteirol.

Só digo que não vou ficar surpreso quando, qualquer dia desses, ao trocar a lâmpada do quarto, ver nela um pontinho piscante, vermelho. Aí, todos vocês estarão no paredão.

ficaria com essa cara por uns dois meses
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Entre Amigos

Tarcisio Oliveira 

Logo que se casou, Francisco, ou como é chamado pelos amigos, Chico, saiu de São Paulo para morar em Curitiba onde ficou por sete anos. E há três meses retornou para São Paulo com sua esposa.

Chico trabalha como enfermeiro, e no intervalo do plantão, entre uma emergência e outra, Chico sai com os amigos Marcos e César para beber um chopinho no bar próximo ao hospital.

Na mesa Marcos começa a falar sobre sua nova namorada.

– Caras vocês têm que conhecê-la é uma gata, morena, cabelo liso, olhos cor de mel, magra, meiga, e blábláblá.

Marcos foi só elogio a nova namorada.

César que era mais desinibido, também estava de namorada nova, e não queria que o amigo pensasse que somente ele tinha capacidade de ficar com belas mulheres,  e fala da moça aos amigos.

– A Dinha além de linda e meiga, na cama ela é sensacional, sempre que saio com ela não sobra César para mais ninguém, pode vir a Juliana Paes que não terá Cristo que faça meu Pinto subir. Olha só a foto dela. – E mostra a foto da moça que ele tem no celular.

-Filho da puta!!!!!! – grita Marcos ao meter um tapa no celular que é arremessado longe.

– Essa é a Amanda, minha namorada. – Fala Marcos partindo para cima de César.

César que agora entende o motivo da fúria do amigo também quer brigar, e parte para cima de Marcos gritando:

– Você está saindo com a minha namorada? Seu filho da puta do caralho!!

Os dois são separados por Chico e mais algumas pessoas que estavam no bar. Segurando Marcos, Chico conversa com os amigos para que não briguem.

– Vocês não têm que brigar, afinal, você César não sabia que ela namorava o Marcos, assim como você Marcos não sabia que ela namorava o César, se tem alguém com quem vocês devem brigar é com ela, a tal da Dinha.

Os dois mesmo de caras feias percebem que Chico tem razão e resolvem sentar. Enquanto isso Chico vai buscar o celular de César que voara longe. E ao pegar o aparelho não pôde conter a curiosidade em saber quem era a deusa causadora de tamanha confusão. Foi quando todos em volta ouviram o grito.

– Traidores filhos da puta!!!

E Chico partindo para cima dos amigos.     

Parabéns fiel torcida

Tarcisio Oliveira 

Para mais de 30 milhões de brasileiros o domingo, 02 de dezembro de 2007, será marcado como o dia em que choraram por uma derrota na qual não mereciam, lágrimas derramadas pela dor em ver um time que por uma má administração acabou caindo para segunda divisão, levando os “sofredores com muito orgulho” a uma dor na qual nunca haviam passado, e não esperavam passar.
Dificilmente quem assistiu aos últimos jogos do Corinthians não se arrepiou com uma torcida que mesmo só tendo decepções em quase todo campeonato Brasileiro, em momento algum abandonou o time. As câmeras de Tvs registraram às lagrimas escorrendo nos rostos aflitos, as orações, o desespero, a angústia. Que por alguns instantes a fiel torcida chegou a acreditar que acabaria.
Com o gol do Internacional sobre o Goiás, que disputava a última vaga com o Corinthians na primeira divisão. Mas o time goiano conseguiu empatar e virar o jogo deixando a fiel torcida ainda mais aflita.
Sofrimento que perdurou até os 49 minutos do segundo tempo, quando o árbitro pediu a bola e apitou o fim do jogo. Os mais de 3 mil corintianos que foram ao estádio Olímpico ficaram por alguns minutos calados. Mas logo o silêncio foi quebrado, com lágrimas nos olhos os “sofredores” corintianos mostraram que ser corintiano é como o padre diz no casamento: presente na vitória e na derrota até que a morte os separe. E demonstraram o exemplo que toda torcida deveria seguir, cantando para o rebaixado time “eu nunca te abandonarei……….”.

A com.vers@

Tarcisio Oliveira (a pedido assinei)

Já estava anoitecendo, e eu no silêncio do meu quarto só ouvindo o barulho da chuva, e o meu dedilhar no teclado, entro no bate-papo, por acaso, curiosidade de saber quem estava on-line, como de costume, e encontro ela, dou um oi, meio com receio temendo a resposta, ela responde oi e pergunta se está todo bem comigo, respondo que sim, e assim começamos uma longa conversa, naquela tarde de sábado, que teve início por volta das 17h45, e se arrastou até às 21h20.

Durante esse tempo conversamos sobre diversas coisas, algumas, até chegou a me deixar vermelho, sabe quando você fala alguma coisa e teme a resposta? Chega a suar? Então, foi bem assim.

Papo vai papo vem, a chuva para, só percebo porque ela pergunta se está chovendo por aqui, minha toca, ou como alguns a chamam minha casa. E assim vai. A chuva volta, e eu como estava com as caixinhas de som queimadas, só ouvia o som da chuva e o barulho do teclado, que por sinal muito me agradava.

Até que após horas de conversa ela disse que precisava sair, pois a tempestade que caia sem parar já estava causando problemas no fornecimento de energia de seu apartamento, fazendo com que as luzes começassem a piscar, e como ela não queria ficar sem computador, preferiu sair antes que ele pifasse. Porém, antes deixou uma frase da banda Legião Urbana, que reflete bem o que foi aquele sábado para nós “Hoje não estava nada bem, mas a tempestade me distrai, gosto dos pingos de chuva, dos relâmpagos e dos trovões”.  Eu acrescentaria o barulho do teclado, e a conversa com ela.  

Tarcisio Oliveira 

Andando pelas ruas de São Paulo, a sensação que temos, é de insegurança, e medo, devido os vários casos de roubo, seqüestro, morte, entre outros crimes que a mídia divulga quase todos os dias. Porém, segundo dados divulgados pela Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP), nos últimos sete anos o número de homicídios no estado caiu 63%, e na capital 72%.

Segundo a pesquisa no ano de 1999, foram registrados 12.800 casos de homicídios, e nos primeiros nove meses desse ano 3.486. Se comparados os mesmos períodos de 2006, com o desse ano, teve uma redução no número de homicídios em 23%.

Mas, o curioso é que o paulistano não tem percebido essa queda, e tem tido uma sensação de aumento na criminalidade. Fato que na pesquisa não explica o porquê dessa sensação. O que leva a crer, que os bandidos nos dias atuais estão mais bonzinhos do que os da década de 90, ou seja, seqüestram, roubam, furtam, porém não matam.

 

Para saber mais

Um verdadeiro político

Márcio Garoni e Mariana de Andrade

O Dia Nacional da Cultura, a ser comemorado na próxima segunda, serve como reflexão à classe política a respeito de suas atitudes. Isso porque o 5 de novembro é a data de nascimento de Rui Barbosa, um dos mais destacados intelectuais da política brasileira.

Advogado, jornalista, escritor, diplomata, Rui Barbosa foi protagonista de importantes momentos históricos do país, como a elaboração da primeira Constituição da República e a fundação da Academia Brasileira de Letras, além da luta pela questão abolicionista.

É de sua autoria a famosa frase, que no cenário político atual, parece não perder o valor:

“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.”

Homem que sempre se preocupou com o desenvolvimento da nação, não se dobrando a outros interesses, Rui Barbosa faz falta ao cenário intelectual do Brasil.

Guerra ao roedor

Tarcisio Oliveira

pretinho.jpg

Já era madrugada e a rua estava em silêncio quando cheguei em casa. Estava cansado. Entrei pela cozinha, como de costume, e dirigi-me à sala. Após algumas passadas, acendo a luz, só para me certificar de que não há nada de interessante no local antes de ir dormir, mas havia.

E lá estava, ao lado do rack, o pequeno roedor, de rabo longo, de cor cinza, parecia inofensivo, fiquei parado, olhando fixamente para ele, que assim que notou minha presença tratou de se esconder debaixo do sofá.

Logo pensei: de hoje você não me escapa. Saio à procura de algo que sirva como arma para aniquilar aquele rato, sujo, nojento e asqueroso. Antes, preocupo-me em fevhar a porta do banheiro que fica entre a cozinha e a sala, e em pegar algo no quintal que sirva para barrar o acesso do inimigo aos demais cômodos da casa. Encontro uma madeira que acaba servindo perfeitamente para função.

Como arma, encontro uma vassoura, que servirá muito bem para acabar com a vida daquele roedor.

Volto ao campo de guerra, agora armado, com minha vassoura de cabo vermelho e fios sintéticos verdes. Levanto com cuidao o sofá onde o roedor havia entrado, tentando enxergá-lo antes que me veja, mas, para minha surpresa, ele não estva mais lá. Olho debaixo do rack, e nada. Então, ele só pode estar debaixo do outro sofá. Logo viro o sofá de ponta a cabeça, esforço em vão, ele não estava lá.

E, assim, naquela noite, o rato acabou levando a melhor, e eu estou esperando uma nova batalha, quando, com a experiência adquirida, espero fazer um favor ao mundo, acabando com esse animal nojento. 

Márcio Ribeiro Garoni
Tarcísio Oliveira Silva

Site 1 – Uol

O site apresenta uma linguagem simples e clara, como as dos jornais, de modo que  passa credibilidade nas notícias. O site não tem um público especifico, contém textos sobre politíca, economia, novelas, notícias dos principais jornais, entre outros. Há também, jogos, horóscopo e música.   

Não, mesmo contendo fotos e imagens o tempo de carregamento da página como das matérias nele veiculadas não é um obstaculo para o público. 

Em todos os textos publicados, logo abaixo fica um link onde é possivel citar os erros. Há também Ombudsman e serviço de atendimento ao cliente, onde é possivel fazer  contato através de e-mail ou fone, 24 horas por dia. 

As cores predominantes no site são o azul e o vermelho, e mesmo nas páginas linkadas sempre fica acima da matéria o menu da uol com o simbolo, o que faz com que o internauta reconheça a página. 

Os links são diretos, na página inicial fica os links com o título das matérias onde o internauta clica e acessa a integra, em geral os textos não são tao profundos como os de jornais, trazendo apenas o essencial. 

As cores utilizadas no site são cores toleraveis que não cansam a vista do leitor e não atrapalha na hora de carregar o site. 

Apesar do site não ter pop-ups, metade da tela do internauta é ocupada por propaganda, o que incomoda quem acessa o site, poderiam diminuir o espaço dedicado a propaganda, ou colocar links, apenas como o nome dos anunciantes. 

Site 2: Observatório da Imprensa

O Observatório tem a clara percepção de seu público-alvo, que são jornalistas e estudantes de jornalismo. A linguagem é própria do jornalismo, incluindo alguns links no corpo do texto. O fundo é predominantemente branco, as letras são pretas.

As páginas abrem facilmente, não há elementos que tornam a página muito pesada. São apenas textos e uma ou outra foto. Logo na página inicial do site, há a seção “Fale conosco”, na lateral direita e também no menu. Além disso, todos os artigos do site são abertos a comentários.

Todos os textos têm o mesmo esquema de título em negrito, com a seção em vermelho. à direita dos artigos, há um quadro com o nome do autor, assim como sua foto e histórico.

Fica somente uma ressalva com a seção “Serviços”, que é muito abrangente na significação. As páginas são pequenas, apresentam geralmente apenas um artigo, o que não cansa o leitor-internauta.

Na página inicial, o vermelho assusta um pouco, deixa confuso o visitante não-acostumado ao site. Poderia-se usar moderadamente o vermelho e apostar um pouco mais no azul, que é mais discreto e é a mesma cor do menu. Quanto à funcionalidade, não vemos algum grande problema.

Site 3: Prefeitura de Santos

Como um site de prefeitura, é muito difícil determinar o seu público. A linguagem, baseada no padrão do Diário Oficial, é simples e bem clara.

As páginas são facilmente abertas, contando apenas com textos na maioria das vezes. Muito discretamente, há no alto da página, à direita, um link para o email oficial da prefeitura.

Há uma unidade gráfica no site, que são as barras verdes, de acordo com a recente reforma gráfica do Diário Oficial da Cidade.

De forma geral, há um bom uso das cores, com o verde do menu, o fundo do texto em cinza e o texto preto, com links em azul.

Sugerimos o aumento das fontes, muito pequenos se comparados com o próprio D.O. de que se inspira o site. Talvez mais links externos também, como para o site dos governos federal e estadual.

Mutarelli em Santos

Lourenço Mutarelli é daqueles caras de quem você pode esperar tudo num bate-papo, menos que fale sério. O ex-quadrinista e agora “galã de cinema” esteve no dia 17 de julho no Sesc de Santos, dentro do Projeto Terceiras Terças, da Livraria Realejo.

Brincalhão, bem-humorado, logo abriu para as perguntas. “Só tenho assunto para cinco minutos, então, por favor, perguntem”. É difícil acreditar que tenha passado por tantos problemas, desde a infância. Lembra das palavras da própria mãe: “Meu filho é retardado”.

Na juventude, passou por uma experiência que foi crucial para o resto de sua vida. Saía com uma amiga quando foi abordado na rua por um grupo que colocou os dois, vendados, dentro de um carro. Enquanto faziam roleta-russa e discutiam quem seria estrupado primeiro, Lourenço se lembrou da técnica de suicídio psíquico, que aprendera com um amigo. Só que aquilo não era um seqüestro, era uma brincadeira de amigos para levá-lo a uma festa surpresa. Era seu aniversário. Não era o presente que esperava.

Lourenço não achou graça. Não achou nada, continuava sem entender o que tinha acontecido. Tinha início uma profunda crise psicológica. Ele não sentia vontade de fazer nada, não saía à rua, não falava com ninguém, não comia -chegou a pesar 44 quilos. Diz que só começou a sair dessa quando viu na tevê um desses documentários do Jacques Cousteau de exploração no fundo do mar, em que o pesquisador entrava numa caverna submarina profunda, onde antes nenhum homem tinha entrado. “É isso que eu tenho que fazer comigo mesmo, entrar nas profundezas do meu eu”, pensou.

Ajudado pela terapia e por remédios, começou a se reabilitar. E partiu para o desenho em quadrinhos. Foram onze álbuns, uma obra bastante premiada, o que lhe deu o inegável status de melhor quadrinista do cenário underground brasileiro. Foi em um encontro de quadrinhos que conheceu a mulher, que era sua fã. A convivência com ela o transformou numa pessoa mais sociável: “Comecei até a conversar”.

O desenho foi o que lhe deu algum dinheiro, tirou-o da crise profunda em que tinha entrado, o fez conhecer a mulher, ou seja, tornou-se a razão de viver de Lourenço, certo? Errado. Ele não desenha mais. Nem consegue mais pegar num gibi. Partiu para a literatura.

A decisão de parar de desenhar deu-se em razão da falta de prazer que Mutarelli sentia ao fazer os álbuns. Cada um deles era muito cansativo, levava em média um ano para ser produzido. Além disso, ele diz que tinha dominado completamente a técnica, e não conseguia mais se surpreender com o resultado final.

Mas o principal fator que o fez abandonar o nanquim foi a falta de reconhecimento entre os colegas das hqs. Apesar de ser o maior vencedor do HQ Mix (treze!), ter muitos fãs, ele sentia-se um peixe fora d’água entre os outros desenhistas.

Diferente foi a recepção dos escritores. Com o primeiro livro, O Cheiro do Ralo, começou a participar de reuniões, encontros, e percebeu que era mais bem aceito naquele meio. O livro, escrito durante duas semanas de 2001, foi descoberto pelo diretor Heitor Dhalia, mostrado a Selton Melo, e transformado em longa-metragem.

Mas Lourenço, o filme foi bem adaptado? Ele diz que o longa é até melhor que o livro. Explica-se melhor: “Eu só li o livro uma vez, o filme eu continuo assistindo até hoje”. Claro que tem um pouco de orgulho nisso, já que, além de ter inspirado o filme, Mutarelli interpreta o segurança da loja de quinquilharias do protagonista.

Sobre o cuidado que houve em ser fiel ao livro, ele afirma que não se preocupou com isso. Até porque não precisava. Selton Melo andava pelo estúdio com O Cheiro do Ralo nas mãos. Qualquer detalhe da obra era “supervisionado” pelo ator, que apontava minúcias que nem Mutarelli recordava mais.

Lourenço não deixa de mostrar suas opiniões sobre a existência humana. Numa de suas divagações, falou sobre as nossas vaidades. “A gente vai, se olha no espelho, levanta a cabeça para desfarçar a careca, prende a respiração para diminuir a barriga, mas chega lá fora, a gente não consegue prestar atenção nisso, e fica ridículo. Só que tudo bem, porque todo mundo está ridículo. O ser humano é muito estúpido”, filosofa.

Hoje Mutarelli só trabalha com texto. Desenho nunca mais. Até tem procurado se controlar, escrevendo “uma página por semana”, porque todos os seus três livros até aqui foram escritos na base dos quinze, trinta dias. Não gosta de rótulos (em fichas de inscrição, preenche “manicure”), mas pode ser chamado de escritor. Escritor e ator: além da ponta no filme, fez também participação em curta-metragem, peça de teatro, tudo por brincadeira.

Com toda essa habilidade em escrever e atuar, teria interesse também em ser diretor? “Não, todo mundo tem o maior trabalho para no final o diretor levar os créditos. Direção é coisa pra filho de banqueiro.”

Ninguém o aplaudiu no final. Pedidos dele mesmo. Sae como é, fica sem jeito. Ridículo. Esse é Mutarelli.